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Nauana

Google fala sobre as tendências de consumo em 2021


As mudanças no comportamento, nas necessidades e nas crenças dos consumidores podem gerar grandes insights para impulsionar seu negócio. Paula Bellizia, vice-presidente de marketing do Google para a América Latina, e Lígia Gonçalves, sócia-fundadora da consultoria Brain Squad, abordaram caminhos para as marcas lidarem com um consumidor neste ano.


Das macrotendências detectadas pelo Google no estudo "Vida na Quarentena'', Paula Bellizia trouxe três para discutir com a consultora: a “Distopia otimista”, “Positivar a Pandemia” e a “Retomada forçada”.


Ao trazer o tema da distopia otimista, que parte de questionamentos para os quais não temos respostas claras – “Vai passar”, mas quando, como, para quem? – Paula ressaltou que a pandemia não é igual para todo mundo e Lígia, alertou ao fato das pessoas já estarem com a cognição prejudicada, ocupadas demais.


Isso tem ficado claro em relatos de estudos sobre pessoas dormindo pior, com mais ansiedade e tudo isso impacta sua performance e faz com que recorram a sistemas automáticos e zonas de conforto. Ao mesmo tempo, pontuou, cresce a consciência sobre as interdependências, ou seja, de que só vamos sair dessa juntos e que só vai ficar bom de verdade, quando estiver bom para todo mundo. “Essa ficha está caindo num momento que o mundo tem um vácuo de líderes inspiradores. É uma oportunidade para as marcas trazerem o otimismo de volta, darem exemplo com comportamentos adequados”, pontuou. Seria exercer um papel importante na criação de um ciclo positivo nas normas sociais para ajudar as pessoas a saírem da desilusão, com a consciência de que não há mais tolerância para discursos que não se traduzem em práticas.


Já a segunda macrotendência, positivar a pandemia, reflete sobre a possibilidade de se sentir bem em meio ao caos em alguns momentos ou até que ponto alguém pode se sentir autorizado a isso. Também traz uma reflexão sobre o que era normal antes da pandemia, sendo que agora, 43% dos brasileiros disseram ter grandes alterações de humor no isolamento.


A fundadora da Brain Squad ressalta que temos dois recursos escassos: a citada capacidade cognitiva e o tempo. Com isso, as marcas precisam entender o estado mental das pessoas nessas circunstâncias, em que mudar o que fazia por hábito consome capacidade cognitiva. Todo mundo tendo de aprender sobre vírus, vacina, eficácia e a se desdobrar em um perfil multitarefas. “Costumo dizer que a largura de banda das pessoas está muito consumida e isso faz entrar a mentalidade da escassez, que pode ser financeira para alguns, de sociabilidade, de tempo”, explicou Lígia.


Pessoas exauridas mentalmente, tomam mais decisões impulsivas ou no automático, estão mais sujeitas a procrastinação de decisões. Com tudo isso, a palavra de ordem para as empresas é – ou deveria ser – simplificar processos, produtos e serviços, assim como sua comunicação. Eliminar barreiras, diz a consultora, ajuda as pessoas a darem conta das tarefas e atividades, num momento em que muitos estão experimentando a vida digital pela primeira vez, de modo forçado. Para provedores de serviços e produtos que estão surfando essa onda da experimentação do consumidor, causar uma primeira boa impressão é essencial, disse Lígia, assim como outros podem explorar os pequenos momentos de indulgência que as pessoas têm buscado, após tantos meses de estresse na pandemia. A indústria da beleza e algumas outras têm buscado fazer isso, apresentando conteúdos que associam seus produtos/serviços a prazeres que renovam as energias. A de alimentos, diz Lígia, pode ajudar o consumidor, por exemplo, com porções menores, com as quais ele possa se premiar, mas sem sentir culpa depois.


Por fim, a retomada forçada, explicou Paula Bellizia, é uma volta a algumas atividades, sem que a pandemia tenha ido embora e sob o receio de que todo o esforço do período do isolamento se perca. Lígia ressalta que neste aspecto, vale o pensamento das metas de curto prazo, que tendem a ser mais realistas e com mais chance de serem atingidas. “Atingindo uma, a pessoa se anima para outra, e se coloca num movimento positivo, enquanto com metas muito distantes, acaba se mobilizando menos”, disse. Como o momento é de transição de comportamentos, ela diz ser difícil prever como será depois, mas parte dos comportamentos de agora, certamente vão ficar. O tema da saúde mental, por exemplo, que era considerado quase um tabu. E com esse consumidor que está com a saúde mental no limite, uma decepção com uma marca, alertaram Paula e Lígia, pode ser um risco enorme, o que exige das marcas consistência.


Fonte: Meio&Mensagem

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